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Modelo de gestão, empresas familiares, comercial ou relacionamento?

Você confunde comercial com relacionamento? Qual o grande problema das empresas?

Autor: Roberto WendhausenFonte: Administradores.comTags: empresariais

É muito engraçado, para não dizer triste, que muitos “pseudo-empresários”, “quase gestores”, “líderes (tosse nesse momento!), entre os mais diversos adjetivos que quisermos aplicar às pessoas que comandam seus “castelinhos de areia”, ou mesmo, digo e afirmo, comandantes de empresas de médio e grande portes até, não se atentaram que o mercado mudou, há muito tempo, ainda mais hoje onde a dinamicidade e a tomada de decisão são fatores preponderantes à sobrevivência de suas organizações.

Erro? Poxa vida, quantas vezes terei que repetir? Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, vulgo PODC, sigla mater da Administração que representa todo o processual para a tomada de decisão, que implica sobretudo em minimização de custos e otimização de resultados. Caramba, é simples, porém, é necessário estudo, pesquisa – sem conjecturas e achismos. É claro, óbvio e pueril, que a experiência de um homem de negócios, o insight de um profissional, o feeling do decisor e demais aspectos antropológicos sempre ajudarão, em sinergia com a técnica, a melhor escolha ou decisão.

Vejo, como administrador e observador nato, sempre com olhar crítico, às vezes com um “Q” racional em demasia que, pouquíssimas empresas do nosso estado – não falo isso com felicidade, pelo contrário – possuem um modelo de gestão apropriado a sua área de atuação, ao seu nicho, segmento ou posicionamento de mercado. Muitas coisas acontecem na base do é porque é, sempre foi assim e continuará sendo, para que mudar o clima e trabalhar o capital intelectual – eles já estão acostumados com suas rotinas, qual o motivo de implementar novas formas de controles? Porque trabalhar com ações de mercado, já temos a nossa carteira e faturamento. Quero saber o motivo pelo qual temos que mudar a nossa imagem, postura, comportamento, os nossos clientes sempre serão os mesmos. 

Olhem, não posso soltar um palavrão aqui, enquanto administrador e escritor isento tenho que engolir sapos, tentar ajudar quem procura suporte, nortear quem está confuso e dirimir, bem como extirpar certos dogmas que incomodam, os estudiosos que como eu, passam horas e horas de seu dia estudando os mais diversos cases, comprando dezenas de livros e periódicos e, prestando consultoria exatamente a essas pessoas que se equivocaram no passado quando no cara e coroa tomavam suas decisões.

Uma das piores categorias de empresa é a familiar, nessa você encontrará todos os tipos de problemas que uma empresa pequena, média ou grande poderá ter. Desde guerra de vaidades, conflito de interesses por parte dos membros da família, complexos de inferioridade, egos à flor da pele, convicções administrativas desencontradas, falta de comprometimento, enfim, desde questões de cunho gerencial a questões de natureza psicológica. Caímos novamente naquelas perguntas mencionadas acima, porque tudo isso se já fazemos muita coisa? Vocês fazem sim! Muita coisa errada.

Por fim, outro grande gap das empresas do nosso estado, não só do nosso (uso como exemplo próximo), está no fato de confundirem comercial com relacionamento. Choro ao escutar isso. A nossa empresa trabalha relacionamento corporativo. Tá, e o que vocês fazem? Ah! Entramos em contato com o cliente após recebermos e-mails e tiramos todas as suas dúvidas. Hmmm... E depois? Caso estejam interessados em nossos produtos ou serviços, enviamos um consultor com alguns orçamentos a fim de efetuar a venda. Ok! E depois? Ah! Depois do fechamento, você diz? Sim, depois do fechamento, do contrato assinado, qual a filosofia da empresa? Ih! Não sei... agora você me pegou! Aguardamos um novo contato do cliente para sanar alguma dúvida... sei lá! Deixa eu ver se entendi... depois que realizam a venda a empresa agradece e o cliente é esquecido? Hmmm... veja bem... Pronto, muito obrigado pelas informações, já posso concluir muita coisa.

Infelizmente é isso o que acontece, essa é a realidade das empresas, da maioria que conhecemos; poderia falar no mínimo cem aqui, mas não cabe a mim, tenho outra função nesse processo que é o da educação gerencial.

Nunca se esqueçam! Captação, Retenção, Fidelização e Pós-venda. O cliente é seu parceiro, amigo, familiar, sua base e seu alicerce. O envolva magicamente, crie experiências positivas e inovadoras, o surpreenda e o melhor, dê a ele um grande free pass. Sem ele sua empresa não existe. Invertamos os valores, por favor!