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Receita menor em tesouraria reduz lucro de banco médio

De acordo com o balanço divulgado, no primeiro semestre de 2013 as receitas com tesouraria representavam 11,5% do total e recuaram para 0,4%

 A queda das receitas com tesouraria - os ganhos com títulos depositados em carteira própria - continuou afetando os resultados financeiros dos bancos médios no segundo trimestre de 2013. "Nossa receita com tesouraria foi reduzida a zero, enquanto no ano passado representavam 8% do resultado", afirmou o diretor de operações do Banco Pine, Norberto Zaiet Júnior, ao detalhar o balanço ontem, em teleconferência sobre os resultados.
De acordo com o balanço divulgado, no primeiro semestre de 2013 as receitas com tesouraria representavam 11,5% do total e recuaram para 0,4% no primeiro semestre de 2013. A redução provocou queda de 8,4% no lucro líquido do Pine para R$ 84 milhões no primeiro semestre de 2013, apesar do desempenho melhor nas áreas de crédito corporativo e mesa de derivativos.
Além do Banco Pine, outras instituições como o ABC Brasil, Banrisul, Pan (ex-Panamericano) reportaram ganhos menores em seus resultados financeiros quando comparados com o mesmo período de 2012. "A queda dessas receitas também ocorreu nos grandes Bradesco e Banco do Brasil, mas a arrecadação de tesouraria deve recuperar-se no terceiro trimestre com a elevação da Selic [taxa básica de juros]", avaliou o analista da Ativa Corretora, Marcelo Torto.
O Banco ABC Brasil, por exemplo, reportou na rubrica - patrimônio líquido remunerado a CDI - queda de 16,4% no primeiro semestre, de R$ 68,8 milhões para R$ 57,6 milhões. Entre os grandes, o Banco do Brasil relatou ontem que o resultado de tesouraria recuou 16,2% no segundo trimestre de 2013 para R$ 2,452 bilhões ante R$ 2,927 bilhões em igual trimestre do ano anterior.
Outro fator que afeta as instituições menores é a competição dos bancos públicos - Banco do Brasil e Caixa - em crédito. "Instituições privadas como o Itaú e o Santander conseguem compensar as margens financeiras com maiores receitas em prestação de serviços, os bancos médios, não", diz Marcelo Torto.
Entre os exemplos, a margem financeira do Banrisul apresentou redução de 0,8% no primeiro semestre para R$ 1,836 bilhão, ante R$ 1,851 bilhão anterior. "As receitas e despesas financeiras foram impactadas, no último trimestre, pelo aumento da taxa Selic efetiva, pela marcação a mercado das dívidas subordinadas e dos contratos de swap e pela variação cambial", informou o Banrisul em seu balanço.
No Banco Pan, a margem financeira líquida caiu de 22,2% no primeiro trimestre para 18,6% no segundo trimestre de 2013.
Expansão do Crédito
Apesar da rentabilidade menor, os bancos médios seguem com a expansão de suas atividades. No Banco ABC Brasil, a carteira de crédito do segmento corporate (empresas) evoluiu 11,9% em doze meses para R$ 14,608 bilhões, e na área middle market (médias) avançou 20,9% no período para R$ 2,27 bilhões.
A carteira de crédito do Banco Pine cresceu 17,7% em doze meses para R$ 8,994 bilhões em junho de 2013. "Nosso compromisso ao cliente, além de fornecer o crédito é expandir a venda de outros produtos", afirmou Zaiet.
A linha de capital de giro avançou 11,1% para R$ 3,613 bilhões, e a linha de fiança saltou 75,5% para R$ 2,807 bilhões na comparação com igual período de 2012.
A inadimplência (calote) acima de 90 dias dos clientes corporativos do Pine caiu de 0,7% para 0,6% ao ano. Ao passo que o número de clientes cresceu 10% nos últimos doze meses. "Hoje temos 600 clientes corporativos", respondeu o diretor de operações.
Ontem no pregão, a ação preferencial (PN) do Pine fechou em queda de 3,52% para R$ 10,13. A ação PN do ABC Brasil caiu 0,72% para R$ 12,41. Já o Ibovespa exibiu alta de 0,6% aos 50.600 pontos.